quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O samba é rock (e vice-versa)

*Minha homenagem ao Dia do Samba

Como tudo que é relevante, surgiu por acaso, no improviso, na imaginação. Era 2007, acho. Tinha 24 anos e uma fixação: me especializar em algo. Achava muitos assuntos interessantes, desde física quântica até a importância da geladeira para os esquimós. Mas nada me era tão fascinante quanto o rock.

Mais que um estilo musical aquilo era, para mim, uma filosofia de vida. A representação da luta social sem armas. Ou melhor, com OUTRAS armas. "Essa máquina mata fascistas", cravara Woody Guthrie - um dos principais ícones da música de protesto do século passado e grande influência para o rock 'n roll - no case de seu violão.

De outro lado, esta forma de ver o mundo - e a vida, por consequência -, ganhou contornos populares. Era a bela dualidade: contestação e popularidade. O resto todo mundo já sabe. Os movimentos sociais, a revolução sexual, Serguei comendo a Janis, Hendrix queimando sua guitarra e tocando o horror, os Beatles exorcizando seus fãs com doses cavalares de psicodelia, a essência blueseira dos anos 1950 e o mundo que seguiu adiante e se tornou o que é hoje. Não importa!

Mas, no fim, tudo é lindo e incoerente, como uma declaração de Caetano. Foi exatamente neste momento que a pulga se escondeu atrás da minha orelha. Pensei: onde, pelos infernos, estava o Brasil, enquanto o resto do mundo explodia em hormônios e exaltações rebeldes? Aquilo era sem sentido. Minha epifânia vinha de algo que ocorrera há dezenas de milhares de quilômetros de casa. Totalmente deslocado do meu cotidiano. "Mentiroso", "Judas", exclamariam alguns, acreditando que me rebelei contra o que sempre acreditei. Muito pelo contrário. Tentava descobrir como meu país, meu povo, havia contribuído com isso tudo. Até que um dia cheguei no samba.

Nossa matriz musical foi, para o Brasil, tudo o que o rock foi para Estados Unidos e Reino Unido. Quiçá, até mais! O batuque, tomado emprestado dos escravos, se modernizou na década de 1930. Foi a representação máxima do modo de vida da capital brasileira naquela época – o Rio de Janeiro –, retratando não só o cotidiano das classes, como seus embates e os problemas estruturais em uma sociedade que engatinhava para se organizar. Mais do que isso, o samba transmitia a essência dos desfavores e dos protestos sociais no Brasil. Se Chico Buarque, Os Mutantes, Gal Costa, Maria Bethânia, Toquinho, Vinícius de Moraes e tantos outros nomes da chamada MPB têm relevância, hoje, como vozes que reclamavam as ilegalidades e injustiças da ditadura, muito se deve aos sambistas. Tanto os bambas das periferias e dos morros quanto os músicos de classes mais favorecidas, que abraçaram a causa: mostrar a vida, as angústias, as alegrias, as esperanças e as injustiças do povo.

Não encare este escrito como uma tentativa de comparar dois estilos musicais. Talvez queira, aqui, apenas apresentar o 'achismo' de quem vê a cultura brasileira como algo a ser preservado a admirado. Ok, admito, comparo, sim. Dois estilos de vida. Diferentes em vários planos, mas muito parecidos, na essência. Para mim, samba é rock. E vice-versa!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Maria do Rosário, uma eterna injustiçada

A vida é marcada por penúrias e humilhações para algumas pessoas. Mas nenhuma recebeu tanta injustiça injusta e foi tão injustamente injutiçada sem justiça quanto a nossa querida deputada federal petista Maria do Rosário, também conhecida como Maria do Bairro dos Pampas.
Entre os percalços enfrentados, Rosarinho foi derrotada há dois anos, na campanha à prefeitura de Porto Alegre, pelo candidato machista José Fogaça - após, é claro, provar que como boa representante da esquerda, merece um salário justo. Na ocasião, ela chorou feito uma criancinha mimada e reclamou que não teve apoio dos amiguxos e que os meninos são malvados com as meninas agradeceu o auxílio da militância, ressaltando que a campanha não conseguiu espaço suficiente para ganhar forma no segundo turno.
Como o senhor tempo não perdoa, o sofrimento de outrora volta agora, quando, por causa de um pequeno probleminha na prestação de contas da campanha de 2008, ela teve a candidatura impugnada (três vezes) pelo TRE. Com mais de 143 mil votos não oficializados até agora, Rosário anda de mimimizinho por aí, chorando histericamente e gritando "mas o que é isso, mas o que é isso" aguarda uma decisão favorável no TSE para que a justiça seja feita.
Espero que, em breve, seja lançada a biografia "Maria do Rosário - A filha bastarda do RS". Enquanto isso, deixo aqui, as palavras do paladino dos humilhados e desfavorecidos, o também congressista Flávio Bolsonaro.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A grande falácia política da Lei da Ação e Reação

Existe uma regra da física que se chama 'Lei da Ação e Reação'. Resumindo, ela afirma que toda ação causa uma reação de mesma força mas na direção contrária. Na prática é como se jogássemos, com toda a força, uma bolinha de borracha na parede e ela voltasse na nossa cara causando um hematoma. Em um sentido mais humano e positivo, poderíamos dizer que quanto mais gentileza demonstrarmos para com os outros, mais receberemos em troca.

Isto, é claro, num mundo ideal. E aí está o problema. A realidade não é assim (essa tal realidade. Sempre atrapalhando tudo). De qualquer forma, podemos ver as coisas pelo lado bom. Se alguém arremessar a tal bolinha de borracha na parede, muito provavelmente ela não acertará o atirador de volta. Ufa. Não comentarei sobre a questão dos sentimentos porque eles normalmente MACHUC zzzzzzzzzzzzzzzzz... ops.

Mas existe uma forma bem interessante de perceber como, na prática, a 'Lei da Ação e Reação' não funciona. A expressão-chave do momento é 'eleição parlamentar'. No Brasil existe algo chamado Congresso Nacional, você sabe, não é? É lá que se reúnem aqueles não sei quantos 'picaretas com anel de doutor' (Herbert Viana, te amo). São 513 deputados e 91 senadores, para ser mais exato. E é justamente entre esses cerca de 600 representantes do povo que se enxerga direitinho a falha dessa tal ação e reação.



Vamos supor que você, jovem engajado, que está entre os 2% dos usuários de internet que pesquisam sobre política na rede, tenha uma epifânia e descobriu que TODOS OS POLÍTICOS SÃO LADRÕES. Isso, é claro, te transforma num mentiroso ou mostra que ainda anseias por conhecer a Terra do Nunca e viver feliz para sempre ao lado da Sininho. Mas, também, te coloca na posição de sentar em uma mesa de bar, discursar sobre a situação política do Brasil e mostrar para todo mundo como tu és superior aos cerca de 70% de analfabetos funcionais brasileiros. Isso, é claro, partindo-se do ponto de que ninguém perceba que afirmar que 'político nenhum presta' é uma grande mentira. Eles existem. Acho que ainda não conheci nenhum, mas, para mim, é como um cristão acreditar em Jesus. É assim e ponto (ponto)

Mas ok. Suponhamos que nenhum dos companheiros de bebedeira perceba essa pequena mentirinha de nada. A discussão poderia ir para outros rumos: votar nulo como forma de protesto. Ou votar em um palhaço qualquer que decidiu se candidatar a uma vaga no Congresso. Como forma de protesto, também, é óbvio. Jogadores de futebol, apresentadores de rádio e tv, strippers atrizes e diretoras de espetáculos públicos, cantores, não me levem a mal, nem se ofendam. Falarei sobre um palhaço de verdade.

Francisco Everardo Oliveira Silva. Descobriu? O Tiririca, rapaz. O palhaço que tanto me alegrou na juventude e me fez cantarolar 'Clementina, Clementina/ Clementina de Jesus/ não sei se tu me ama/ pra que tu me seduz' na saída das aulas, decidiu mostrar que pode contribuir para o transformar o país em um lugar melhor pra se viver. Ele sabe ler e escrever - o que garante possibilidade de se candidatar - e não sabe muito bem o que um deputado faz - mas tem certeza que, com a equipe de assessores que possui, aprenderá e será um bom representante. Dito e feito. Nosso alegre palhaço está na corrida por uma vaga a deputado federal pelo PR de São Paulo.

Sinceramente, eu acho bonito. O Brasil deu um passo fundamental na democracia ao eleger um presidente do povo, de origem humilde e todo esse blablabla whiskas sachê que todo mundo já sabe. Nesta eleição, se eu fosse paulista, e soubesse que NENHUM político presta, deveria votar no Tiririca, não? Afinal, ele não é político (ainda, pelo menos). Bom, se você respondeu que eu NÃO DEVERIA votar nele, ganhou uma bola de futebol (ou uma Barbie comunista, se preferir).

Mas agora vem a pergunta que vale R$1 milhão. Por que diabos eu não deveria votar nele? Vou dar uma dica: pelo mesmo motivo que eu não votaria em jogadores de futebol, apresentadores de rádio e tv, atrizes e diretoras de espetáculos públicos, cantores e etc e tals. Se você responder que é porque eles seriam manipulados pelo sistema e, no fim das contas não serviriam para nada, você acertou uma partezinha inha inha da resposta. O que quer dizer que você errou. E perdeu a Barbie, também. Bom pra mim, não?

Enfim, vamos à resposta. Existe uma diferença entre as eleições para os cargos do Executivo e do Legislativo. Enquanto no primeiro a forma de escolha é majoritária, no outro é proporcional. Isto quer dizer que, ao votar, além de escolher o seu candidato, você também estará apoiando a legenda dele e, por tabela, todos os colegas que fazem parte do mesmo partido. E quanto mais votos uma legenda recebe, maior o número de legisladores ela tem o direito de eleger. Se eu, você e mais 1 milhão de eleitores votarmos no Tiririca (ou qualquer outro candidato das classes citadas acima) para mostrar que a política é uma palhaçada, mesmo, o partido a que eles pertencem aumentará muito o número de Deputados que poderá eleger.

Isso quer dizer que, mesmo com menos votos, essa catrefa de políticos que não presta poderá conseguir um lugarzinho na plenária da Câmara dos Deputados, na carona das celebridades. É o que se chama de efeito proporcional.

Então, antes de escolher qualquer um pela palhaçada, reflita um pouco. Mentira, reflita MUITO. Pese o seu poder nas urnas. Ele é grande. Por isso, analise os candidatos, pesquise o passado deles, as propostas, as coligações, o quanto eles realmente podem contribuir para o nosso país. Talvez você ache alguém que valha a pena acreditar e confiar. Não faça com que a bolinha de borracha acerte em cheio no teu olho. E, principalmente, não faça a si próprio de palhaço!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Notícias de uma guerra particular

Em tempos de ócio infinito tenho oportunidade de atualizar um pouco meu lado cinéfilo. Dediquei uma hora da minha madrugada de ontem ao documentário, produzido pel Katia Lund e pelo João Moreira Salles e lançado em 1999, "Notícias de uma guerra particular". Mais que um depoimento sobre a atuação do crime organizado nos morros do Rio, o filme é o retrato de uma sociedade que perdeu o controle dentro dos embates entre policiais e criminosos e, principalmente, que já não consegue reconhecer quem é mocinho e bandido nessa história.

Um capitão do BOPE, o chefe da polícia civil do RJ - o respeitadíssimo Hélio Luz que, infelizmente, jogou a toalha no combate à criminalidade -, traficantes e moradores de favelas cariocas posicionam o expectador no contexto em que milhões de pessoas vivem tanto com medo da polícia quanto dos bandidos, além de pincelar o papel do Estado como alicerce para o desenvolvimento da corrupção e da criminalidade.

O enredo é esclarecedor não só por conta da participação de especialistas em segurança pública - que dão a cara a tapa ao fazerem afirmações como "o tráfico é um bom negócio pra quem está na favela. Só não entende isso quem nunca nunca ficou desempregado, nunca passou fome". Notícias é uma aula dada pelos próprios traficantes e pela comunidade local, que, embora tenha consciência que o crime organizado não substitui o Estado, vê nos traficantes uma forma de proteção, já que, com medo de subir um morro, os policiais "não chegam na nossa casa chutando porta e batendo em todo mundo".

Enfim, vale a pena conferir, principalmente porque o documentário é extremamente acessível e pode ser encontrado no Youtube. Pegae, então!

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mais uma etapa superada!

Obrigado a todos que torceram por mim. ;)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sobre escolhas e a inveja

Invejo aqueles que tem a coragem de ser o que querem. É aquela inveja boa, quase uma adoração, claro. Mas não deixa de ser inveja. Poderia chamar, também, de vergonha. Tenho vergonha de não ter a coragem de ser o que quero.
Falo daqueles que dão a cara a tapa, que expõem o que pensam fora das conversas de bar e das rádios-corredores das empresas. Invejo os amigos que abdicaram de dinheiro, status, conforto e estabilidade para atender a seus desejos.
Também tenho o mesmo sentimento pelos que perderam o que tinham - um bom emprego, mulher, etc. em nome de uma CAUSA.
Sim, ainda tenho muita inocência. Mas não é o suficiente para jogar tudo pro alto e encarar os MEUS desejos. Só espero conseguir e desamarrar dos apegos antes que seja tarde demais!

sábado, 10 de julho de 2010

E então, Charlie Brown

...o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor.

Charles Schulz era, simplesmente, mágico!

sábado, 3 de julho de 2010

Uns mais iguais que os outros!

Numa dessas andanças tuiterísticas, cheguei até o blog de uma moça, a Luana Bernardes - ela Maringá, pelo que parece. O texto mais recente era sobre uma das minha bandas favoridas de todos os tempos, os Engenheiros do Hawaii. Eles embalam meus momentos desde a infância e o Humberto, na sua retórica prolíxa, quase initeligível, é, para mim, o grande discípulo de Antoine Lavoister, que pregava que 'nada se cria, tudo se transforma'.
Bom. Chega de blablabla. Copio o texto dela abaixo. O original está aqui. É um ótimo resumo para a geração que nasceu dos anos 1980 e tiveram o privilégio de conhecer a obra do Humbertão. Ah, claro. Bisbilhotem bastante por lá. Tem muita coisa bacana.

Cena 16: Aumente o volume e aperte o play!
Ela não se recorda exatamente da ordem dos fatos, sua memória com o passar do tempo, tem preenchido as lacunas com um bocado de imaginação. Portanto, ela imagina que as coisas tenham se passado quase assim:

"Em uma manhã sem importância em uma semana sem importância, no final dos anos 90, ouviu no rádio da sala dos sofás vermelhos algo completamente distoante do que havia ouvido até então. Era um ritmo pulsante, vibrante, alegremente triste - mágico instante."

"Longe Demais das Capitais":
Tratava-se de uma banda gaúcha nascida no início do anos 80 onde toda a rebeldia juvenil ganhara fôlego nas influências entrangeiras que gritavam de forma intensa no peito de quem queria ser ouvido.Era o Rock'n'Roll confirmando as suas raízes em solo tupiniquim, incentivado pelos ensandecidos e pelos cansados de idolotrar os mesmo ídolos que seus pais.
Essa banda, continha músicas repletas de ironias, críticas e analogias inspiradas em Filosofia, História, Política, Folk, The Police, Rush e Pinky Floyd - coisas que ela só descobriria mais tarde, naquele primeiro momento, bastava o fascínio exercido pela melodia e pelo timbre dos vocais. De qualquer forma, gravou a poesia das letras na memória e quando a sua própria revolta juvenil se tornou mais evidente, essas canções estavam todas lá.
Essa mesma banda foi o caminho para todas as outras, de décadas anteriores ou posteriores, todas estavam de alguma forma conectadas a essa que muito antes já exercia nela fascínio ímpar.

"Simples de Coração":
Quase uma década mais tarde dessa descoberta fortuíta, ela encontrou aquele a quem ousou chamar de "A Lenda". O coração entrou em disparo acelerado, as mãos tremiam, a garganta secou e tudo o que conseguia racionar naquele breve momento não passava de "Ele existe!"
Desaprovou o moicano exagerado e o dente de ouro que ele agora exibia, e assim aquele instante ficou registrado numa capa autografada de cd e numa fotografia onde a sua tensão ficou visível pelos lábios que não conseguiu parar de morder até sangrá-los (hábito que ela ainda repete masoquistamente até hoje).

"Somos Quem Podemos Ser":
Muitas histórias suas foram cantadas por essa banda, de "Terra de Gigantes" à "Refrão de um Bolero" passando por "Eu Que Não Amo Você", "No Inverno Fica Tarde + Cedo" e "Simples de Coração", todas essas e muitas outras se tornaram parte da sua trilha sonora particular, resultando hoje em um misto de admiração e nostalgia, fascínio e saudade.

"Lado a Lado":
"A Lenda" ainda existe, sua banda já não mais. Talvez voltem ou talvez façam apresentações isoladas, seja como for, a gratidão por ter injetado o primeiro acorde vibrante em suas veias ainda existe, e assim sempre será.

"Novos Horizontes" (se não for isso, o que será?):
Atualmente, Humberto Gessinger não está mais a frente dos Engenheiros do Hawaii e roda o país com o Pouca Vogal, sua dupla com Duca Leindecker (Cidadão Quem).
Enquanto isso, a dona dessa história expandiu ainda mais seus horizontes musicais e hoje é viciada em bandas independentes, nacionais ou não.

P.s: esse texto deveria ir pro meu blog de música. Mas ele ACABOU, só para informar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um dia

Um dia a gente acorda e vê que, na verdade, ama mesmo o amor que sentia e não a outra pessoa. E tudo começa a morrer. Não é fácil, é claro. Tem dias, inclusive, que tudo parece mais difícil que nunca. Mas eles vão rareando e as coisas vão entrando em ordem novamente. Até mesmo porque é difícil acumular tanto amor sem ter com quem dividir. Um amor torto, cheio de falhas, meio doentio, é verdade. Afinal, ele não tem manual de instruções.
E, enquanto não há com quem compartilhar, ele fica lá, azucrinando, machucando, querendo sair sem ter para onde ir. Mas é melhor ter esse amor do que não ter nenhum. Agora, ele está ali, preso, esperando o dia de se libertar.
Sinto-me bem, assim. Saber que se pode amar mesmo sem ter a quem é melhor do que distribuir esse amor a quem não o quer!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Today

Is the greatest day!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cat Power (Porto Alegre, 20-05-2010)

Um dos shows mais absurdamente lindos que já vi. Com o tempo, vou adicionando mais vídeos. E viva o Youtube!

The Greatest + Lived in Bars

Metal Heart

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O começo

Pode-se dizer que tudo começou na faculdade, afinal, eram colegas. Talvez no show em que se encontraram e conversaram pela primeira vez. Sim, seria mais razoável. Ele realmente tinha aquela data como o marco. Mas não do jeito como imaginam. Não foi quando ele a beijou que tudo começou, nem quando eles saíram dali e, entorpecidos pelo álcool, vagaram por bares estranhos e terminaram a noite sozinhos. Foi justamente nesse momento que as coisas começaram a se transformar.

Ali, sem ninguém por perto, ele descobrir que estava diante de algo muito mais interessante que um rostinho bonito. A capacidade de impor-se, a força que transmitia, a força de personalidade, o erotismo; tudo isso o encantou. Deu-se conta que, para o bem ou para o mal, não havia, até então, conhecido alguém como ela.

Aquela situação fez com que sentisse algo muito estranho. Algo que já havia sentido, mas nunca de forma tão imediata e intensa. Era assustador. Mas, ao mesmo tempo, naquele momento, era o sentimento mais bonito que já o acometera. De outra forma, não se pode dizer que a noite tenha sido perfeita. Alguns probleminhas de percurso ocorreram e, acho que para ela, a situação foi meio decepcionante. Tudo levava a crer que aquela seria uma noite como qualquer outra, onde um cara conhece uma mulher interessante, os dois aproveitam (ou não) o momento e, seguem seu rumo.


Claro. Era isso o que aconteceria, não fosse o fato de, no momento em que ela dormiu, ele estava abraçado nela. Para não acordá-la, assim passou a noite inteira. E nas horas que passaram até o despertar dela, ele a admirou e, sentindo o corpo dela junto ao seu, se enamorou.

Ela acordou, e ele a beijou e a abraçou como se aquela fosse a única coisa que ele poderia fazer. E, quando ela sorriu, ele deixou escapar aquilo que já tinha certeza: “acho que estou me apaixonando por ti”. E, pela primeira vez na vida, ele percebeu que poderia estar amando alguém!

A história deles, depois disso, todo mundo sabe.

domingo, 9 de maio de 2010

Más guapa que cualquiera


Joaquin Sabina, Fito Paez e Andres Calamaro. E era isso!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu preciso dizer que te amo

Música pra hoje. Era só o que eu queria dizer. Mas vale a pena? Dizem que pouco é melhor que nada. Sinceramente, não sei. Mas vou levando. Acho que é sim. Ter teu rosto perto do meu, ouvir tua voz, sentir teus braços me apertando forte, ver teu sorriso, me encantar com a tua beleza me bastam, por agora.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Apesar dos pesares

Como não poderia deixar de ser, desde sábado, pensamentos nostálgicos rondam minha cabeça. Na verdade, eles sempre estão por perto. Mas em momentos marcantes, decidem dar as caras com força total. Então, mais uma música, só pra lembrar que, apesar dos pesares, as coisas ainda estão neste pé.

domingo, 4 de abril de 2010

Quando éramos jovens.... e inocentes

A conheci no bar ao lado da Universidade. Estava começando o segundo semestre de Jornalismo e era cheio de energia. Pensando bem, talvez não tivesse TANTA energia assim. Mas uma coisa é certa. Tinha mais cabelos. Muito mais.

Ela era quatro anos mais velha. Desiludida com a Publicidade e Propaganda. Mesmo assim, estava decidida a se formar. O motivo? O mesmo da grande maioria dos jovens prestes a terminar a faculdade, que acordam, numa bela manhã de sol, com a certeza de que tudo o que fizeram até então não tinha o menor sentido: para não causar (mais uma) decepção aos pais.

Ela era meu extremo oposto, neste sentido. Aos 18 anos, era um sonhador. Tinha um ideal. Acreditava que podia mudar as coisas. Que estava aqui para fazer A diferença. Mais que isso, tinha um sentimento de pena pela grande maioria dos adultos – o que incluía os meus pais. Acreditava que eles padeciam de alguma fraqueza que os fazia desistir de seus sonhos. Como uma doença degenerativa, que costuma se manifestar nos que têm maus hábitos. Uma espécie de diabetes moral.

Mas isso não era tudo. Na época, TINHA CERTEZA que era imune a esta diabetes. Afinal, eu tinha sonhos, aspirações e a CONVICÇÃO de que o mundo estava ali, bem na minha frente, esperando para ser mudado. Melhor. O mundo estava ali, bem na minha frente, SUPLICANDO para ser mudado. E eu estava ali, bem na frente do MUNDO, com a missão e com a FORÇA necessária para mudá-lo. Não havia como dar errado. Eu sabia o CAMINHO. Eu tinha a ARMA. Era o JORNALISMO.

Lembre-se. Naquele tempo eu não trabalhava, havia recém começado a graduação e tinha a inocência que só os jovens de 18 anos conseguem e têm o direito de sentir. Não me passava pela cabeça que alguém realmente ciente de todos os problemas pelos quais passávamos pudesse, simplesmente, dormir oito horas por noite, tomar café, passar o dia inteiro sentado em uma cadeira cheia de papéis e afazeres cotidianos, ir ao supermercado, voltar para casa, foder sem sentir prazer, dormir oito horas na noite seguinte... Como se nada mais existisse em volta.

Aquilo não fazia sentido. Ninguém se preocupava com as pessoas que passavam fome? Com as guerras, com o desmatamento e a extinção dos animais? Ninguém ligava para a poluição do planeta nem percebia que as sacolas plásticas são uma praga do capeta? Quanta INSANIDADE.

Mas havia solução. Claro. E eu sabia qual era. Eu tinha o poder de mudar tudo aquilo. Nem que fosse sozinho. Porque, em breve, eu seria um jornalista. Afinal, não foi Voltaire quem asseverou que a pena é mais poderosa que a espada, ou algo assim? E ele não podia estar errado.

Mas naquela noite, naquela quarta-feira gelada de agosto, aquela moça me fez refletir, pela primeira vez, se eu realmente estava certo. Mentira. Após dois litros de vinho circa, as únicas coisas que refletiam eram seus olhos embriagados. Mas uma coisa há de ser dita. Alguma coisa foi plantada dentro de mim, naquele momento. Como se a diabetes moral pudesse ser transmitida pelo contato direto com uma pessoa portadora bastando, para tanto, estar próximo – e possuir alguns maus hábitos.

E foram justamente aqueles olhos, cheios de torpor, que foram os responsáveis pela minha infecção. Grandes olhos castanhos, atentos e despertos. Mas de uma tristeza absurda. A tristeza que só aqueles que perdem a guerra da maturidade conseguem expressar. Ela tinha, dentro dela, a dor de quem perdeu a inocência. Dos que percebem que não podem mudar o mundo. Seus olhos me mostravam que não, a Publicidade não era o instrumento pelo qual ela mudaria o mundo. E o pior, queriam me confidenciar que NADA, absolutamente NADA teria serventia neste sentido.

Mas, como disse, naquele momento pouco – ou nada – me interessava o significado daquela percepção. O vinho e as risadas disfarçavam a dor da ocasião. E era só o começo de uma noite agradável a dois.

Os anos passaram, num belo dia de sol, acordei e pensei “o que exatamente eu estou fazendo aqui?”. Fui tomado por algum tipo de amnésia seletiva. Lembrava de tudo. O que havia feito no dia anterior; os cinco anos dormindo oito horas por noite (às vezes um pouco menos, claro), tomando café, trabalhando numa mesa cheia de papéis e afazeres cotidianos, indo ao supermercado, fazendo sexo sem prazer, dormindo oito horas... Recordava, inclusive, daquela moça, que não via há mais de dois anos.

Só que havia uma coisa que eu não tinha a menor ideia. Como diabos eu iria transformar o mundo? A resposta para a pergunta, até então absurdamente óbvia, se tornou totalmente desconhecida. Ou inútil.

Minha existência deixou de fazer sentido, naquele momento. Toda a minha crença havia, do dia para a noite, se transformado em NADA.

Foram tempos difíceis. Me sentia perdido, sem norte. Não tinha perspectivas, não tinha mais, a mínima suspeita sobre qual era minha missão. Entrei em depressão.

Eu, contudo, não sabia de mais uma coisa. Em uma outra bela manhã de sol, acordaria e perceberia que, embora eu não conseguisse carregar o mundo nas costas, havia uma saída. Eu poderia fazer pequenas coisas, que não transformariam o planeta, mas que contribuiriam para, pelo menos, diminuir algumas mazelas.

Hoje parece batido falar essas coisas. Mas foram anos para eu ter essa visão sobre as coisas. E, principalmente, foi algo muito trabalhoso. Lá onde eu venho, isto se chama AMADURECER.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Flautista de Hamelin

Minha história "infantil" preferida. Em homenagem ao Dia Mundial do Livro Infanto-Juvenil. Mas meu conto não é do Hans Christian Andersen. Homenageá-lo com o título de maior escritor de "historinhas de crianças" é uma grande falácia - embora sua contribuição tenha sido, no mínimo NOTÁVEL, no que se refere a literatura para crianças. Prefiro, de longe, os Irmãos Wilhelm e Jacob Grimm, que escreveram a fábula mais fascinante da história, o

Flautista de Hamelin
Há muito, muitíssimo tempo, na próspera cidade de Hamelin, aconteceu algo muito estranho: uma manhã, quando seus gordos e satisfeitos habitantes saíram de suas casas, encontraram as ruas invadidas por milhares de ratos que iam devorando, insaciáveis, os grãos dos celeiros e a comida de suas bem providas despensas.

Ninguém conseguia imaginar a causa de tal invasão e, o que era pior, ninguém sabia o que fazer para acabar com tão inquietante praga.
Por mais que tentassem exterminá-los, ou ao menos afugentá-los, parecia ao contrário que mais e mais ratos apareciam na cidade. Tal era a quantidade de ratos que, dia após dia, começaram a esvaziar as ruas e as casas, e até mesmo os gatos fugiram assustados.

Ante a gravidade da situação, os homens importantes da cidade, vendo perigar suas riquezas pela voracidade dos ratos, convocaram o conselho e disseram: Daremos cem moedas de ouro a quem nos livrar dos ratos.
Pouco depois se apresentou a eles um flautista taciturno, alto e desengonçado, a quem ninguém havia visto antes, e lhes disse: "A recompensa será minha. Esta noite não haverá um só rato em Hamelin".
Dito isso, começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava com sua flauta uma melodia maravilhosa, que encantava aos ratos, que iam saindo de seus esconderijos e seguiam hipnotizados os passos do flautista que tocava incessantemente.
E assim ia caminhando e tocando, levou-os a um lugar muito distante, tanto que nem sequer se poderia ver as muralhas da cidade.

Por aquele lugar passava um caudaloso rio onde, ao tentar cruzar para seguir o flautista, todos os ratos morreram afogados.

Os hamelineses, ao se verem livres das vorazes tropas de ratos, respiraram aliviados. E, tranqüilos e satisfeitos, voltaram aos seus prósperos negócios e tão contente estavam que organizaram uma grande festa para celebrar o final feliz, comendo excelentes manjares e dançando até altas horas da noite.

Na manhã seguinte, o flautista se apresentou ante o Conselho e reclamou aos importantes da cidade as cem moedas de ouro prometidas como recompensa. Porém esses, liberados de seu problema e cegos por sua avareza, reclamaram: “Saia de nossa cidade! Ou acaso acreditas que te pagaremos tanto ouro por tão pouca coisa como tocar a flauta?".

E, dito isso, os honrados homens do Conselho de Hamelin deram-lhe as costas dando grandes gargalhadas.

Furioso pela avareza e ingratidão dos hamelineses, o flautista, da mesma forma que fizera no dia anterior, tocou uma doce melodia uma e outra vez, insistentemente.

Porem esta vez não eram os ratos que o seguiam, e sim as crianças da cidade que, arrebatadas por aquele som maravilhoso, iam atrás dos passos do estranho músico. De mãos dadas e sorridentes, formavam uma grande fileira, surda aos pedidos e gritos de seus pais que, em vão, entre soluços de desespero, tentavam impedir que seguissem o flautista.

Nada conseguiram e o flautista os levou longe, muito longe, tão longe que ninguém poderia supor onde, e as crianças, como os ratos, nunca mais voltaram.

E na cidade só ficaram a seus opulentos habitantes e seus bem repletos celeiros e bem cheias despensas, protegidas por suas sólidas muralhas e um imenso manto de silêncio e tristeza.

E foi isso que se sucedeu há muitos, muitos anos, na deserta e vazia cidade de Hamelin, onde, por mais que se procure, nunca se encontra nem um rato, nem uma criança.


Sim, a história é uma recriação de uma lenda germânica do século XIII - ou, talvez, de um relato real, não se sabe - que narra um acontecimento pra lá de estranho em que todas as crianças da cidade de Hamelin desaparecem misteriosamente. Entre as versões para o ocorrido, está a de um serial killer que atacava as crianças daquela região. Se é verdade, não sei.

domingo, 14 de março de 2010

Gauderiadas

Há tempos deixer de me ufanar por seu gaúcho. Percebi que a ideia de que o povo sul riograndense é o mais desenvolvido, mais culto, mais etc e tals do Brasil é tão verdadeira quanto a existência de elefantes cor de rosas com bolinhas laranjas. Mas ao contrário de muitos que tiveram essa percepção, não renego minhas origens. Muito pelo contrário.
E, uma das coisas que aprecio e sempre apreciarei é o regionalismo. Não que ele seja melhor ou pior que os demais. Mas ele foi criado por experiências do dia a dia de homens e mulheres que deram duro para tornar o nosso Estado o que ele é hoje (tanto nas coisas boas quanto nas ruins).
E não me importa se é um tradicionalismo machista ou interiorano ou o diabo. O que importa é a beleza que ele tem. Este post é minha homenagem há alguns dos meus intérpretes e compositores favoritos.

Espero que gostem!

Cesar Passarinho - Guri




Jorge Guedes - Na Baixada do Manduca





Os Serranos - Cambichos




Juliano Javoski e Nenito Sarturi - Um Pìto




Leopoldo Rassier - Veterano




Leopoldo Rassier - Sabe Moço




César Passarinho - Negro da Gaita




Leonardo e Os Serranos - Tertúlia




José Cláudio Machado e Porca Veia - Pêlos




Mário Barbará - Desgarrados




Renato Borghetti e Yamandu Costa - Sétima do Pontal




Leonardo - Vanera Marcada / Céu, Sol, Sul




Os Serranos - Baile da Mariquinha




Os Serranos - Bailanta do Tibúrcio


sábado, 27 de fevereiro de 2010

2010

Como bom brasileiro, meu ano começa na próxima segunda-feira. E, ao que parece será um PUTA ano. Dá até medo de comentar. Mas vou vazando os acontecimentos durante os próximos dez meses, começando por agora:

Finalmente entrei na fila para o transplante de córneas. O prazo de espera está em mais ou menos dois anos, em Porto Alegre. C'est la vie, eu pensei na hora, e fui visitar minha avó, em Caxias do Sul. Lá, descobri que meu primo Nico (filho da irmã da minha avó) teve o mesmo problema que eu há alguns anos e passou pelo transplante nos dois olhos. Investigando mais a fundo, descobri que o tempo de espera para o transplante em Caxias é de seis meses.

Liguei 'a' com 'b' e mês que vem vou consultar com um oftalmo de lá, para ver a possibilidade de agilizar a cirurgia.
De resto, posso adiantar que consegui uma nova orientadora e que o TCC está ATRASADÍSSIMO. Mas isso se dá um jeito.

Mais na sequência e um 2010 foda pra todo mundo!!!
:D

P.s.: Quero ver se posto algo sobre esse meu primo, o Nico (também conhecido como Nico Nico Nico Nico Nicolau hehehe). Ele tem uns quarenta e poucos anos e é portador de Síndrome de Down. É uma figuraça. hahahahaa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O meu Vô Chico

Passei a manhã recordando do meu falecido bisavô, pai do pai do meu pai. Por nenhuma razão em especial. A imagem do velho Francisco - o Vô Chico - se aprochegou na minha cabeça e ficou. Lembranças das mais variadas percorreram a manhã. Obviamente, não eram aquelas que meu pai e meu avô tinham dele.
Aos oitenta e poucos anos, o velho Chico havia perdido um pouco o ranço e a dureza de homem criado na lida do campo e sem muito tempo para coisas que não fossem relacionadas ao trabalho. Não era, também, mais aquele homem que acreditava que o laço era tão bom para os animais quanto para os filhos. E, apesar de ouvir uma série de histórias, que retomavam a tempos remoto e as vezes desabonavam a imagem dele, Vô Chico sempre fora uma pessoa dócil e carinhosa para com os bisnetos.
Ainda se mantêm bem vivas na minha memória as situações em que ele me colocava no colo e me enchia de histórias sobre como era a vida quando ele era da minha idade. Eu, com meus 6 ou 7 anos, arregalava os olhos para ouvir causos de uma realidade que parecia tão infinitamente distante da minha (agora fico tentando imaginar como seria contar aquela histórias para as crianças de hoje, tão mais diferente está o mundo).
Em outras ocasiões ele me pegava desprevenido e me enchia de cócegas, até que começasse a chorar, de tanto rir. Mas, claro, também tivemos maus momentos. Quando ele inventava de me chamar de Vaguinho, a coisa ENCRESPAVA. Era uma emburração só e ficava corrigindo-o, puto da vida: "é Fa, vô, Fa". E ele passava o resto do dia me chamando de Fa. E foi nessa brincadeira que surgiu meu apelido de infância por parte da família paterna: Fa.
Mas uma coisa que lembro que ele nunca perdeu. Uma daquelas coisas que a gente NUNCA perde, por mais que o tempo passe: o conhecimento que só aqueles que aprenderam muito com a vida e pouco com a escola tem. Todas as vezes que via o meu Vô Chico, recebia uma lição. Não algo professoral, com o intuito de ENSINAR. Ele apenas sentava ao meu lado e me contava, ao pé do fogão a lenha, enquanto comíamos pinhões assados na chapa, como havia se safado das mais diversas situações. A intenção era, muito mais, entreter. Mas tenho certeza que ele sabia que ali, do lado dele, sentado, o Fa estava levando algumas coisas que lhe serviriam de bagagem para o resto da vida.
Há pouco mais de dezessete anos, o destino quis que ele nos deixasse. E, como última homenagem, eu cantei a música favorita dele:
César Passarinho - Guri

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Trilha sonora

Beirut - Elephant gun


Phoenix - 1901


Beirut - Nantes


Paralamas do Sucesso - Feira moderna


Interpol - C'mere


Fito Paez - Un Vestido y un amor


Little Joy - No one's better shake


Legião Urbana - Giz

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sobre sentir falta e algo mais!

Eu ainda me engano com algumas coisas. E tenho ímpetos de fazer bobagens homéricas que só serviriam para me constranger e piorar as coisas. Mas o fato é que sentir saudade dói. E em alguns momentos eu daria qualquer coisa para poder ouvir a voz dela de novo. Para ver seu sorriso mais uma vez. Para me admirar com o bom gosto musical. Para vê-la de vestido - os mais bonitos para um cara apaixonado. Ou simplesmente ficar olhando ela dormir.

Mas não, né? Daqui dois dias completaria um ano que eu passei tentando e tentando e TENTANDO. E imaginando que ela seria a mulher da minha vida e que iríamos morar na Europa juntos (hahahahahahahahaha). E, nesse um ano, aprendi, definitivamente, que gostar de alguém não basta! E, princpalmente, que quanto mais a gente se dedica à outra pessoa, mais ela vai usufruir de ti e menos ela vai te dar em troca.

Então eu sigo aqui. Eu e minha saudade. Até o dia em que ela também decidir me abandonar!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

El mamut chiquitito



Hahahahaha
Tinha esquecido dessa parada. Acho que assisti umas 9435385452345834857 vezes, hoje. hilário

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O fim de uma nação - um recomeço ou a iminência do fim do mundo?

Na terça-feira foi possível - mais uma vez - ter a dimensão da destruição que a natureza pode causar. Pode-se justificar o fato da forma que quisermos: ira divina, revolta da natureza, uma tremenda má ventura, não importa. Fato é que, desde a última terça-feira, o Haiti deixou de existir. Pelo menos como o conhecíamos até 12 de janeiro de 2010.

O fim de uma nação sempre é sofrível. Mas, em alguns casos, é, acima de tudo, uma oportunidade para recomeçar. O país centro americano era um dos mais pobres do mundo e, durante sua história, a população local padeceu de todas as mazelas imagináveis, desde a intervenção externa em inúmeras oportunidades até as catástrofes naturais. Os terremotos que assolaram o país foram o desfecho final de algo que já se previa: o fim de uma era, pelo menos para aquela pequena porção de terra no caribe. Há chegado o momento de começar algo novo. Ajuda é o que não falta. A comunidade internacional está, mais uma vez, travestida em seu bom mocismo de ocasião. Celebridades, governos, mercado financeiro, empresas de todos os portes e até pessoas físicas estão prontas para contribuir com este novo início.

Não entrarei nos méritos, afinal, o povo haitiano realmente necessita de todo apoio. Pouco me importa se o Brasil encabeçará a reforma do Haiti para aumentar as chances de obter um assento no Conselho de Segurança da ONU; nem que os bancos liberarão um pouco do capital flutuante (um dinheiro que, na verdade, não existe) para melhorar a credibilidade perdida com a crise mundial. Ou se alguma estrela destinará parte de sua fortuna para que as capas de jornais destaquem seu altruísmo. Essas atitudes são imorais, porém fazem parte do jogo, principalmente quando no meio do tabuleiro há uma tragédia deste porte. Infelizmente as capas de jornais são a principal vitrine - e o principal termômetro - da nossa sociedade.

Mas, mais do que isso, é o momento de revermos nosso papel no mundo. É hora de mudarmos nossas atitudes para com o meio ambiente e, principalmente, para com as pessoas no dia a dia. De entendermos que pequenos atos (como separar o lixo, trocar o carro pelo transporte público ou pela bicicleta, não jogar lixo no chão, evitar o consumo de plástico, tornar rotina o uso de expressões como "obrigado", "por favor", com licença, isso para citar apenas as situações mais simples) podem contribuir para evitar que episódios como este aconteçam. É tempo de tornarmos nossa cidade (e, por consequência, nosso Estado, País e por aí vai) mais habitável.

O papo pode parecer riponga e recheado de hipocrisia puritana, mas não é. Também não tem nada a ver com o ambientalismo de vitrine que discute balelas como o aquecimento global, tão distante nos afetar. Mas se há uma coisa que eu acredito, é que a natureza reflete exatamente o que fazemos com ela. E, antes que consigamos destruí-la, ela fará isso conosco, com certeza. Então é a hora. Ou recomeçamos - junto com o Haiti - ou começamos a nos preparar para o fim do mundo. Ou, pelo menos, como já cantou Michael Stipe, para o fim do mundo como o conhecemos. E que todos se sintam bem!

R.E.M - It's the end of the world as we know it (and I feel fine)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

É a vida!

Mas parece que eu não aprendo, mesmo!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Felicidade

O que era carranca se tornou sorriso. O mau humor se transformou em alegria. O antigo silêncio matinal deu lugar ao bom dia. O sono, que antes a perseguia até tarde da manhã, agora vai embora bem cedinho para deixá-la sair a rua. E, todas as manhãs, às sete horas, ela o leva até o portão do prédio. Espera que ele monte sua moto e saia soltando fumaça, vestindo sua surrada regata branca. Os que passam acabam pensando: a regata e a 125 cc devem ser as únicas coisas que ele pode oferecer a ela. Mas o sorriso deles faz todos perceberem que aquilo que um oferece ao outro lhes basta. Dizem que é isso o que chamam de felicidade.