quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cidadão Quem

As pessoas parecem não perceber, mas por trás dos óculos nerds, da barba de pseudo-intelectual, do all star, dos jeans, dos discos e dos filmes alternativos, existe um Fagner que gosta das coisas boas, simples, populares e - porque não dizer - bregas da vida. Um domingo na praia regado a cerveja em lata, uma comédia romântica debaixo dos cobertores com a namorada, uma noitada de pagode, um chimarrão bem quentinho numa manhã fria (ou quente, hehehe) são coisas que, embora em um primeiro momento não pareçam, combinam perfeitamente com minha pessoa.

Como o Cidadão Quem...

Conheci a banda há uns 12 anos, acho. Não sei exatamente o ano, só que ainda morava em Caxias (saí de lá em 1999). Por algum raio de motivo que ignoro, um CD deles apareceu nas minhas mãos: Spermatozoom. Meu primeiro pensamento foi "por que infernos alguém colocaria esse nome no disco?". Claro que ele foi para o limbo dos CDs.

Até o dia em que, escutando rádio, ouvi uma música cafoníssima que me agradou em cheio os ouvidos. Chamava-se "Dia Especial" e, tãdãn, advinha quem tocava? Então... catei o disco, coloquei-o no player e para surpresa, pelo menos meia dezenas de música eram bem legais. Bregas, mas legais! Instrumentos acústicos estavam sempre em primeiro plano. A voz era firme, mas suave. As letras tratavam de temas tão absurdamente corriqueiros e - mais uma vez - cafonas, que podiam ser ouvidas milhares e milhares de vezes sem enjoar. Falavam de amizade, de praia, de casais felizes e sorridentes, de todas aquelas coisas utópicas que só as letras de músicas são capazes de proporcionar.

Confesso que achei o nome do disco ainda mais estranho, mas desisti desencanar e me ater nas músicas. Passava por uma fase meio complicada: minha avó estava com câncer, tinha perspectiva de deixar a cidade de onde nasci e meter-me num lugar provinciano chamado Montenegro, enfim, aquela fase aborrecente que eu - graças a deus - ainda não saí. hahahahaha.

Cidadão Quem se tornou, então, um dos meus grupos gaúchos favoritos, ao lado da Graforréia, dos Engenheiros, do Nenhum de Nós (e mais tarde, da Superguidis, Tom Bloch e uma dúzia de bandas alternativas que dão a impressão que eu só curto o underground). O tempo passou e eu dificilmente paro para escutá-los, mas as vezes o disco volta para o player ou o YouTube dá uma mão em algum vídeo que me traz sensações nostálgicas.

Ao Fim de Tudo

Um dia

Dia Especial

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