Futebol é mais uma daquelas paixões que me arrebatam em sentidos apostos. Como todas as paixões que reconheço como válidas. Os sentimentos devem ser extremos. Metade de mim ama, metade odeia. Uma parte se sente bem e a outra passa mal. Em um momento ápice para nosso Estado nos últimos 60 anos – em termos futebolísticos, claro –, Porto Alegre foi escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Os mesmos sentimentos opostos tomam conta de mim. Por um lado, em 5 anos, quero estar longe de Porto Alegre, sentindo o clima europeu, assistindo aos jogos pela TV. Longe, BEM LONGE, dos engarrafamentos caóticos da BR-116, do crescimento desenfreado pelo qual nossa capital irá passar.
De outro, anseio pela proximidade da paixão das torcidas, deste sentimento quase irracional que leva as multidões aos estádios, pelo sorriso da morena em ver a bola rolar. Estar próximo a isso deve trazer uma sensação única de estar vivo.
E, no meio dessas dúvidas, me resta viver dia-a-dia, acompanhando o desenrolar desta história e, torcendo para que possa estar perto e longe, ao mesmo tempo. Sim, sempre tive vontades impossíveis. Mas, sem elas, o mundo seria um lugar com muito menos graça. Com toda a certeza!
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