quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Entrevista - Diego Faccio da Opinião Produtora

A cena de shows em Porto Alegre é meio complicada. Vemos, aqui no Sul, grandes shows de rock acontecerem no centro do País. Entretanto poucos virem para cá. O Alt-Rock Nation entrevistou, por e-mail, Diego Faccio, um dos sócios da Opinião Produtora, uma das principais produtoras de eventos do estado. Ele falou sobre a previsão de shows para os próximos meses e explicou porque Porto Alegre, às vezes, parece carente de grandes apresentações, além de comentar sobre o preço dos ingressos. Confere aí embaixo o que foi dito:

Alt-Rock Nation: Quais as principais atrações nacionais e internacionais previstas para os próximos meses?
Diego Faccio: Os próximos shows já confirmados na agenda da Opinião Produtora são os seguintes:
15/10 - Zeca Baleiro (Opinião)
16/10 - Zeca Baleiro (Opinião)
18/10 - O Rappa (Pepsi on Stage)
19/10 - KT Tunstall (Opinião)
21/10 - Porto Alegre Prog Metal Fest, com Symphony X (Opinião)
23/10 - Ponto de Equilíbrio (Opinião)
04/11 The Offspring (Pepsi on Stage)
06/11 - R.E.M. (Estádio do São José)
Essa não é uma lista definitiva. Alguns shows do período necessitam de confirmação para serem divulgados. Assim que tivermos novidades, enviaremos as informações para nossos contatos.

A.N.: Vemos na mídia que muitos grupos vem ao Brasil - em festivais - e fazem apresentações históricas com o maior público para os quais já tocaram. Também é sabido que a procura por ingressos para os shows internacionais que acontecem aqui, salvo raras exceções, é muito grande. Por que, mesmo assim, os shows das grandes bandas mundiais são tão escassas no Brasil, principalmente se comparados aos nossos vizinhos da América Latina (Argentina, Chile e México, por exemplo)?
D.F.: Fagner, a procura por ingressos aqui no Sul não é tão alta quanto possa parecer. Muitos shows internacionais que nos são oferecidos não são viáveis por falta de público. Mesmo espetáculos internacionais de grande porte muitas vezes não lotam as diversas casas de espetáculo de nosso estado. É difícil, nesse sentido tratar o Brasil como um todo. Uma coisa é fazer show em Porto Alegre, que tem pouco menos de 1,5 milhão de habitantes; outra em cidades como São Paulo, com quase 11 milhões, ou do Rio, com mais de 6 milhões. No caso dos espetáculos, seria absolutamente inviável (além de muito arriscado) fazer, para uma população desse tamanho, um evento que precisaria, vamos supor, 100 mil pessoas para cobrir os custos. Em São Paulo ou em Buenos Aires, sim. Em Porto Alegre, não. Não temos nem estrutura nem público para tanto.

A.N: Continuando na mesma linha, por que Porto Alegre, que é considerado um dos maiores pólos culturais do País, recebe poucos dos grupos de renome que vêm ao Brasil?
D.F.:Costumamos trazer shows internacionais com bastante freqüência. Só no mês que vem, por exemplo, serão quase dez bandas internacionais em nossas casas. Talvez a variedade de bandas dilua o impacto da quantidade - pois o número, sem dúvida, é muitíssimo alto para apenas uma produtora.

A.N.: Nos últimos meses, o preço dos ingressos aumentou consideravelmente. A que se deve este fato?
D.F.: Fagner, de maneira geral, não houve aumento no valor dos ingressos. Se tu avaliares, por exemplo, um show internacional a se repetir: em janeiro do ano passado, a entrada do show do Ben Harper com o Donavon Frankenheiter custou R$ 100,00. A apresentação do mesmo artista com a banda The Innocent Criminals este ano está custando R$ 80,00. Nem sempre o valor aumenta. Tudo depende do cachê do artista e dos custos de produção do show. Não estamos cobrando a mais, ou aumentando nossa margem de lucro. Os preços das entradas variam conforme oscilam os valores envolvidos em cada evento.

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