Minha primeira opção como profissão nunca foi o jornalismo. Talvez nem a segunda. Nem a terceira. Mas, por culpa daqueles caprichos do destino, ali caí. Mesmo assim, sempre soube porque estou neste caminho. Se perguntam, respondo de pronto: resgate histórico.
Jornalismo é, em essência, resgate histórico. Não exatamente como a história – essa sim, minha primeira escolha, se a tivesse – que recria o passado por meio de documentos históricos precisos e o reconta. Mas como 'arquivamento' do presente. É, normalmente, o jornalista quem marca na história os grandes acontecimentos. É ele que recria o presente e ajuda a decidir o que ficará para a história.
“Jornalismo é uma merda, é manipulação”, muitos disseram, dizem e dirão. É, realmente. Mas só se quisermos. A mídia de massa é realmente dúbia, mas existem outros caminhos, que mesmo se trilharmos sozinhos, valem a pena. Eles não nos levam à glória, à fortuna, ao estrelato. Mas nos trazem orgulho, prazer, satisfação pessoal. E o que é mais importante que isso para os que tem escrúpulos e espírito de fraternidade?
Resgate histórico. Essa é a expressão. Que passa – pelo âmbito profissional – pela apuração minuciosa dos acontecimentos, contextualização dos fatos e, principalmente, espírito de coletividade.
Aos que acham graça, pensam e (se) perguntam: “resgate histórico para quê?”, a resposta é: conhecer os erros do passado é a única forma de fazer com que eles não mais aconteçam.
Replicam: “isto não existe, eles sempre se repetem, mesmo com as pessoas tendo ciência”.
Então imagina se elas não conhecessem!