sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sobre escolhas e a inveja

Invejo aqueles que tem a coragem de ser o que querem. É aquela inveja boa, quase uma adoração, claro. Mas não deixa de ser inveja. Poderia chamar, também, de vergonha. Tenho vergonha de não ter a coragem de ser o que quero.
Falo daqueles que dão a cara a tapa, que expõem o que pensam fora das conversas de bar e das rádios-corredores das empresas. Invejo os amigos que abdicaram de dinheiro, status, conforto e estabilidade para atender a seus desejos.
Também tenho o mesmo sentimento pelos que perderam o que tinham - um bom emprego, mulher, etc. em nome de uma CAUSA.
Sim, ainda tenho muita inocência. Mas não é o suficiente para jogar tudo pro alto e encarar os MEUS desejos. Só espero conseguir e desamarrar dos apegos antes que seja tarde demais!

sábado, 10 de julho de 2010

E então, Charlie Brown

...o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor.

Charles Schulz era, simplesmente, mágico!

sábado, 3 de julho de 2010

Uns mais iguais que os outros!

Numa dessas andanças tuiterísticas, cheguei até o blog de uma moça, a Luana Bernardes - ela Maringá, pelo que parece. O texto mais recente era sobre uma das minha bandas favoridas de todos os tempos, os Engenheiros do Hawaii. Eles embalam meus momentos desde a infância e o Humberto, na sua retórica prolíxa, quase initeligível, é, para mim, o grande discípulo de Antoine Lavoister, que pregava que 'nada se cria, tudo se transforma'.
Bom. Chega de blablabla. Copio o texto dela abaixo. O original está aqui. É um ótimo resumo para a geração que nasceu dos anos 1980 e tiveram o privilégio de conhecer a obra do Humbertão. Ah, claro. Bisbilhotem bastante por lá. Tem muita coisa bacana.

Cena 16: Aumente o volume e aperte o play!
Ela não se recorda exatamente da ordem dos fatos, sua memória com o passar do tempo, tem preenchido as lacunas com um bocado de imaginação. Portanto, ela imagina que as coisas tenham se passado quase assim:

"Em uma manhã sem importância em uma semana sem importância, no final dos anos 90, ouviu no rádio da sala dos sofás vermelhos algo completamente distoante do que havia ouvido até então. Era um ritmo pulsante, vibrante, alegremente triste - mágico instante."

"Longe Demais das Capitais":
Tratava-se de uma banda gaúcha nascida no início do anos 80 onde toda a rebeldia juvenil ganhara fôlego nas influências entrangeiras que gritavam de forma intensa no peito de quem queria ser ouvido.Era o Rock'n'Roll confirmando as suas raízes em solo tupiniquim, incentivado pelos ensandecidos e pelos cansados de idolotrar os mesmo ídolos que seus pais.
Essa banda, continha músicas repletas de ironias, críticas e analogias inspiradas em Filosofia, História, Política, Folk, The Police, Rush e Pinky Floyd - coisas que ela só descobriria mais tarde, naquele primeiro momento, bastava o fascínio exercido pela melodia e pelo timbre dos vocais. De qualquer forma, gravou a poesia das letras na memória e quando a sua própria revolta juvenil se tornou mais evidente, essas canções estavam todas lá.
Essa mesma banda foi o caminho para todas as outras, de décadas anteriores ou posteriores, todas estavam de alguma forma conectadas a essa que muito antes já exercia nela fascínio ímpar.

"Simples de Coração":
Quase uma década mais tarde dessa descoberta fortuíta, ela encontrou aquele a quem ousou chamar de "A Lenda". O coração entrou em disparo acelerado, as mãos tremiam, a garganta secou e tudo o que conseguia racionar naquele breve momento não passava de "Ele existe!"
Desaprovou o moicano exagerado e o dente de ouro que ele agora exibia, e assim aquele instante ficou registrado numa capa autografada de cd e numa fotografia onde a sua tensão ficou visível pelos lábios que não conseguiu parar de morder até sangrá-los (hábito que ela ainda repete masoquistamente até hoje).

"Somos Quem Podemos Ser":
Muitas histórias suas foram cantadas por essa banda, de "Terra de Gigantes" à "Refrão de um Bolero" passando por "Eu Que Não Amo Você", "No Inverno Fica Tarde + Cedo" e "Simples de Coração", todas essas e muitas outras se tornaram parte da sua trilha sonora particular, resultando hoje em um misto de admiração e nostalgia, fascínio e saudade.

"Lado a Lado":
"A Lenda" ainda existe, sua banda já não mais. Talvez voltem ou talvez façam apresentações isoladas, seja como for, a gratidão por ter injetado o primeiro acorde vibrante em suas veias ainda existe, e assim sempre será.

"Novos Horizontes" (se não for isso, o que será?):
Atualmente, Humberto Gessinger não está mais a frente dos Engenheiros do Hawaii e roda o país com o Pouca Vogal, sua dupla com Duca Leindecker (Cidadão Quem).
Enquanto isso, a dona dessa história expandiu ainda mais seus horizontes musicais e hoje é viciada em bandas independentes, nacionais ou não.

P.s: esse texto deveria ir pro meu blog de música. Mas ele ACABOU, só para informar.